(Para ver a parte 1, acesse:) Bereshit ou Gênesis Capítulo 6
Texto por Rabino Yosef Bitton
"O termo Elohim usualmente, embora não exclusivamente, se refere a D-us, o Todo-Poderoso. Embora o nome próprio [entenda-se, alusão particular ou exclusiva] de D-us não seja Elohim, mas sim, o Tetragrama (Iod-He-Vav-He), no relato bíblico da Criação - o primeiro capítulo de Gênesis -, Elohim é o único nome que a Torá usa para D-us. Nesse capítulo, o nome Elohim aparece mais de 30 vezes referindo-se a D-us Todo-Poderoso. Ao longo de todo o Tanach, o segundo nome mais usado para D-us é Elohim.
Entretanto o sentido habitual da palavra elohim não é "D-us", mas sim, "poderoso". Isto é verdadeiro mesmo quando o termo Elohim se refere a D-us. Elohim deve ser compreendido como um adjetivo, e não como um substantivo. Não é o nome próprio de D-us, mas Seu atributo. A Torá chama D-us de Elohim da mesma forma que, em português, nos referimos a Ele como "Todo-Poderoso".
Nas Escrituras, Elohim é muitas vezes usado em referência a alguém ou algo poderoso, magnífico ou com extraordinária autoridade. Os homens investidos de poderes judiciais são chamados elohim (Êxodo 22:8). Mesmo "deuses" ou ídolos a quem são atribuídos poderes imaginários também são assim chamados pela Torá, como no segundo dos Dez Mandamentos. [Nota:] 'Ver também o relato da serpente que seduz Eva para que ela coma um fruto da árvore proibida, assegurando que isto os tornaria (ela e Adão) elohim (Gênesis 3:5). Ou quando D-us Todo-Poderoso diz a Moisés (Êxodo 1:16) que seu irmão Aarão será sua boca para falar ao Faraó, e Moisés seria seu elohim.' Uma cidade importante, Nínive, é chamada de ir guedola helohim (Jonas 3:3), no sentido de uma metrópole "grandiosa" devido à sua grande população. Muitas vezes a Torá usa a palavra elohim como um simples adjetivo que torna um substantivo superlativo.
Em Gênesis 6:2, a Torá se refere a certas pessoas como benê haelohim (filhos de elohim), pessoas poderosas, abusivas e violentas - a tal ponto que suas ações corruptas fazem D-us decidir provocar o Dilúvio. A palavra elohim, nesse caso, define um poder de conotação negativa. O Targum in situ traduz o atributo elohim como "poderoso" (ravrevaia), e os Sábios do Midrash interpretam benê haelohim como "filhos dos poderosos" sem qualquer ambiguidade. [Nota:] 'Compare com os eventos envolvendo os filhos do sacerdote Eli em 1 Samuel 2:17, entre outros casos de corrupção realizados por filhos de poderosos.' Em qualquer dos casos, a Torá afirma que esses homens abusaram de seu poder ou de sua influência, num mundo sem lei e sem ordem, "para tomar (tantas) mulheres quantas queriam", (Gênesis 6:2) Para evitar uma interpretação errada de benê haelohim como "filhos de D-us", uma ideia totalmente pagã associada a idolatria e antropomorfismo, o Rabi Shimon bar Iochai (século 1-2 era comum) "amaldiçoou" aqueles que se atrevessem a interpretar nesse trecho a palavra elohim como referência a Elohim (D-us)." (O grifo é nosso.)
Extraído do livro "Decifrando a criação, um estudo sobre os três primeiros versículos da bíblia", Editora e Livraria Sêfer, 2013, páginas 153-155.
Entretanto o sentido habitual da palavra elohim não é "D-us", mas sim, "poderoso". Isto é verdadeiro mesmo quando o termo Elohim se refere a D-us. Elohim deve ser compreendido como um adjetivo, e não como um substantivo. Não é o nome próprio de D-us, mas Seu atributo. A Torá chama D-us de Elohim da mesma forma que, em português, nos referimos a Ele como "Todo-Poderoso".
Nas Escrituras, Elohim é muitas vezes usado em referência a alguém ou algo poderoso, magnífico ou com extraordinária autoridade. Os homens investidos de poderes judiciais são chamados elohim (Êxodo 22:8). Mesmo "deuses" ou ídolos a quem são atribuídos poderes imaginários também são assim chamados pela Torá, como no segundo dos Dez Mandamentos. [Nota:] 'Ver também o relato da serpente que seduz Eva para que ela coma um fruto da árvore proibida, assegurando que isto os tornaria (ela e Adão) elohim (Gênesis 3:5). Ou quando D-us Todo-Poderoso diz a Moisés (Êxodo 1:16) que seu irmão Aarão será sua boca para falar ao Faraó, e Moisés seria seu elohim.' Uma cidade importante, Nínive, é chamada de ir guedola helohim (Jonas 3:3), no sentido de uma metrópole "grandiosa" devido à sua grande população. Muitas vezes a Torá usa a palavra elohim como um simples adjetivo que torna um substantivo superlativo.
Em Gênesis 6:2, a Torá se refere a certas pessoas como benê haelohim (filhos de elohim), pessoas poderosas, abusivas e violentas - a tal ponto que suas ações corruptas fazem D-us decidir provocar o Dilúvio. A palavra elohim, nesse caso, define um poder de conotação negativa. O Targum in situ traduz o atributo elohim como "poderoso" (ravrevaia), e os Sábios do Midrash interpretam benê haelohim como "filhos dos poderosos" sem qualquer ambiguidade. [Nota:] 'Compare com os eventos envolvendo os filhos do sacerdote Eli em 1 Samuel 2:17, entre outros casos de corrupção realizados por filhos de poderosos.' Em qualquer dos casos, a Torá afirma que esses homens abusaram de seu poder ou de sua influência, num mundo sem lei e sem ordem, "para tomar (tantas) mulheres quantas queriam", (Gênesis 6:2) Para evitar uma interpretação errada de benê haelohim como "filhos de D-us", uma ideia totalmente pagã associada a idolatria e antropomorfismo, o Rabi Shimon bar Iochai (século 1-2 era comum) "amaldiçoou" aqueles que se atrevessem a interpretar nesse trecho a palavra elohim como referência a Elohim (D-us)." (O grifo é nosso.)
Extraído do livro "Decifrando a criação, um estudo sobre os três primeiros versículos da bíblia", Editora e Livraria Sêfer, 2013, páginas 153-155.